TENHO MEDO III

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Tenho medo
do boate encerrado
a mando do majoroçada
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Tenho medo
das suspeitas lançadas
às pessoas atraiçoadas
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Tenho medo
da confusão implantada
no meu bairro engarrafado
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Tenho medo
das reuniões de bofetadas
nas formaturas de touradas
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Tenho medo
da caçada de luxa
no curral de bruxa
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Tenho medo
da gerência galinha
no clube de tabelinha
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Tenho medo
de pisar um pato
ao limpar o sapato
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Tenho medo
do silencio institucional
que mereceu o meu postal
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Tenho medo
de envenenar um rato
na tribuna de kobadura
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Tenho medo
de judi digital
na tinta virtual
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Tenho medo
da luta pela romaria
da orquestra sem sintonia
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Tenho medo
da investida do patrão
para defraudar o brasão
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Tenho medo
do vencimento abençoado
com o sangue derramado

Tenho medo
do jogo de cirurgia
mascarado de violência
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Tenho medo
do murro de fraqueza
na mesa de reza
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Tenho medo
se a minha esperteza
vai levar-me à fortaleza

Sal, Olisanto